quarta-feira, 28 de julho de 2010
O Menino do Pijama Listrado
Hoje vou juntar tudo, livro e filme. Há um bom tempo atrás, eu li O Menino do Pijama Listrado, do autor John Boyne, bem antes de lançarem o filme. O livro conta a história de Bruno, um garoto de oito anos que mora em Berlim com a família. A trama se passa na década de 40, em plena Segunda Guerra Mundial e o pai de Bruno é um oficial nazista de grande reputação que está sendo promovido à assumir o cargo de direção de um campo de concentração. Logo no ínicio do livro a família se muda de Berlim para uma casa vizinha ao campo de concentração de Auschwitz, por causa do emprego do pai. Bruno sabe muito pouco da vida além do que acontece fora de sua casa e escola. Com o passar do tempo Bruno vai se adaptando a nova situação e descobrindo mais sobre a família, sobre a Alemanha e sobre os vizinhos que moram do outro lado da cerca e que só vestem o mesmo traje. Assim que chega na nova casa, Bruno, da janela do seu quarto, vê ao longe uma fazenda e acredita que poderá ir até lá para fazer novos amigos, já que se sente sozinho e sem ninguém para brincar. Um dia, explorando as redondezas, Bruno encontra Shmuel, um menino que deve ter a mesma idade que ele, sentado próximo a um carrinho de mão, com o olhar triste. Shmuel vive do outro lado da cerca e veste o tal pijama listrado, mas isso não os impede de se tornarem amigos. Bruno passa a visitá-lo frequentemente e a amizade entre os dois começa a crescer, fazendo com que ele comece a questionar os pais e a irmã sobre aquele lugar e quem são aquelas pessoas que passam o dia todo de pijama listrado. As respostas são sempre vazias e ele não acredita. A sua mãe começa a ficar angustiada com a situação, já que a fazenda ao lado se trata de um campo de concentração para o extermínio dos judeus, e ela vê que o marido está cada vez mais envolvido em algo que ela não gosta, por isso, ela quer retornar à Berlim. Ela, consegue fazer com que o marido aceite a ideia dela retornar com os filhos para Berlim, mas Bruno diz que não quer voltar. O garoto vai até Shmuel dizer que está indo embora no dia seguinte e vê o amigo triste porque seu pai foi levado para trabalhar com alguns outros homens e não retornou. Ele quer ajudar o amigo e para isso terá que passar para o outro lado da cerca e Shmuel terá de arrumar um pijama daqueles para ele também. Vestido com o pijama listrado e do outro lado da cerca, os garotos se misturam aos outros e acabam sendo levados para uma câmara de gás, onde já dá para imaginar o que acontece.. Um final dramático, emocionante e com certeza, sem palavras! A pureza e a ingenuidade nas atitudes de Bruno enfatizam ainda mais o horror do nazismo, que acabou de uma maneira ou de outra com a vida de muitas pessoas. O tema já foi explorado muitas vezes, mas dessa vez é mais tocante e surpreendente, por causa da visão ingenua de uma criança em um mundo cruel dos adultos.
O livro ganhou adaptação, com o diretor Mark Herman. O filme consegue passar a mesma mensagem do livro, mas não com a mesma emoção. Enquanto eu estava lendo, confesso que chorei muito imaginando as cenas, mas durante o filme, não derramei uma lágrima sequer. A adaptação não é ruim, mas para quem leu o livro antes, deixa muito a desejar. Para quem gosta de ler, o livro está recomendadíssimo! E para quem não curte muito uma boa leitura, recomendo o filme, não é a mesma coisa, mas pela história vale realmente a pena!
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Onde Vivem Os Monstros
Continuando minha maratona de filmes, hoje eu assisti Onde Vivem Os Monstros, do diretor Spike Jonze. O filme é uma adaptação do livro Where The Wild Things Are, do escritor Maurice Sendak. a História é sobre o garoto Max (Max Records), que vive com a mãe e a irmã Claire. Na adaptação, Max é um garoto aventureiro, que veste uma fantasia de lobo e tem uma grande imaginação. Numa noite, na hora do jantar, ele afronta a mãe, que estava com o namorado, morde ela e sai correndo de casa. Nessa fuga, ele entra emum barco e vai parar numa ilha, onde vivem os monstros. Para não ser devorado, Max diz que é um Rei e prometi aos monstros cuidar deles e fazê-los sempre felizes.
No decorrer do filme, o espectador percebi que cada monstro retrata um sentimento diferente do próprio Max. A jornada é fruto justamente desses sentimentos. Carol (James Gandolfini), é o principal deles e é o que melhor representa o garoto, por causa da mente imaginativa e do impulsionismo exagerado do garoto e, não é por acaso, que Carol torna-se o favorito do menino. KW (Lauren Ambrose), é uma monstra que vive junto com todos os outros, mas que mantem uma amizade com duas corujas e isso deixa Carol com muito ciúmes; essa personagem é um sentimento externo de Max, é o sentimento materno, sempre protetor em relação ao garoto. Douglas (Chris Cooper) é o mais querido por Carol, pois acredita em tudo que o amigo fala para poder agradá-lo. Ira (Forest Whitaker) é expert em fazer buracos, sempre amável e muito criativo. Judith (Catherine O'Hara), uma monstra que está sempre desanimada e é muito agressiva. Alexander (Paul Dano) acha que ninguém se importa com ele, é bem frágil e carente. The Bull (Michael Berry Jr.) não é de muitas palavras, sempre quieto e afastado do grupo, apenas contemplando tudo. Tudo que Max queria era "estar em algum lugar onde alguém gostasse dele de verdade."
Aparentemente o filme parece voltado para o público infantil, mas não é. A trama é muito complexa, reflexiva, para se entender a história e todos esses sentimentos que envolvem o garoto é preciso ser adulto, senão o filme se torna sem sentido e totalmente sem graça. Sobre a trilha sonora, é muito fofa e eu achei que combinou bem com o estilo do filme.
Não recomendo esse filme à todos, pois acho que algumas pessoas jamais entenderiam a essência da história. Apenas recomendo para aqueles que realmente gostam de filmes de fantasia, não com uma simples historinha, mas com uma história reflexiva, para mentes de adultos com espirito de crianças.
domingo, 25 de julho de 2010
O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus
Ainda de férias, sem internet e sem mais livros para ler, resolvi fazer uma maratona de filmes! Assisti mais de 20, em duas semanas, um record para mim. Comecei pelo tão esperado O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus, do diretor Terry Gilliam. O filme conta a história de O Dr. Parnassus (Christopher Plummer) tem o dom de inspirar a imaginação das pessoas. Ele é dono de uma companhia de teatro itinerante e conta com a ajuda de seu assistente Percy (Verne Troyer) e do mágico Anton (Andrew Garfield) para oferecer ao público a chance de transcender a realidade e entrar em um universo sem limites, o qual pode ser alcançado ao atravessar um espelho mágico. No passado, Dr. Parnassus fez um pacto com o Diabo. Em troca da imortalidade, ele prometeu ao Diabo a sua filha quando ela completasse seus 16 anos. Pensando ser mais esperto que o senhor das trevas, Parnassus não imagina ter filhos e consegue se manter invicto, até que conhece e se apaixona por uma mulher, a mãe de Valentina (Lily Cole), sua filha. Tão bêbado quanto desesperado, Parnassus tenta uma última cartada para manter a delicada e linda filha: conseguir cinco almas para ele antes do aniversário de Valentina, em três dias. No meio dessa trama surge Tony (Heath Ledger), que é encontrado pela trupe dependurado em uma ponte, à beira da morte. Após ser salvo, ele passa a integrar a equipe, como forma de escapar de seu passado e também para ajudar Parnassus a conseguir as almas. Em uma tentativa de modernizar o show, ele termina por conhecer o novo mundo oferecido por Parnassus e passa por diversas transformações no decorrer de sua viagem. Só que esta mágica tem um preço e está perto de ser cobrada ao Dr. Parnassus.
Esse foi o último filme em que Heath Ledger atuou, e para a nossa tristeza, ele morreu no período das gravações. Não ver o Heath Ledger atuando no filme todo me doeu o coração, mas terem colocado Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrel pra fazerem o papel do mesmo personagem, (mas no caso, em "imaginários" diferentes) foi muito bom! A trama continuou a mesma, completíssima! Dá para entender a história apesar da troca de personagens. Quando ouvi a notícia que outros atores iam fazer o mesmo personagem, e como se já não bastasse a substituição, seriam 3 atores que atuariam no lugar do Ledger, achei que o filme ficaria com estilo de novela mexicana, mas não! Na minha opinião ficou ótimo! E essa troca de atores deixou o tal mundo imaginário bem mais interessante, bem mais 'imaginário'. recomendadíssimo!
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Malu de Bicicleta
Minha maratona de leitura continua! Ontem eu li Malu de Bicicleta, do famoso autor Marcelo Rubens Paiva. É uma engenhosa história de amor, com uma boa pitada de erotismo, bem descritivo! No livro, o autor dá muita ênfase aquilo que o homem mais valoriza em sua vida pessoal, o sexo. O paulista Luiz que narra a história. Ele é um galinha, comedor, predador, mulherengo, um colecionador de amantes, que seduz e atrai os mais diversos tipos de amantes, consegue transas inesquecíveis sem, no entanto, criar vínculos ou compromissos:
"Tentaram me consertar. Uma mulher quer sempre consertar um cara. É para implicarmos com elas que nunca cedemos. É para deixá-las infelizes, impotentes. Sabemos os truques, todos, de como atormentar uma mulher, todas. Já dei prazer a tantas (...) Será que agora resolveram todas se vingar?"
Dizem que o verdadeiro "galinha" nunca se apaixona, mas Luiz acaba caindo de amores pela bela e misteriosa Malu que ele conhece durante uma viagem ao Rio de Janeiro.
Enquanto eu lia o livro, eu me perguntava “Será que um homem tão galinha assim pode mudar por outra pessoa? Pode realmente se apaixonar assim?” só lendo pra descobrir.
Uma notícia boa é que o livro já está sendo adaptado pras telonas! Com direção de Flávio Tambellini, o filme será lançado no dia 27 de novembro. Marcelo Serrado será o Luiz, Fernanda Freitas será Malu e Marjorie Estiano será a Sueli (amiga de Malu que mora em São Paulo e é extremamente importante na trama). O próprio Marcelo Rubens Paiva que escreveu o roteiro e disse: “Apesar de eu mesmo ter escrito o roteiro, não fui totalmente fiel à obra. A trama está lá. Muitas cenas se foram. Algumas nasceram. Personagens se transformaram. O foco se concentrou no ciúme.” Todos sabemos que comparar um livro a adaptação é perda de tempo, porque o livro sempre é melhor, mas nesse caso, o próprio autor quem escreveu o roteiro e, de acordo com ele: “Ora, livro é livro, cinema é cinema. Um se alimenta do outro. Um gera o outro. Que, como todo filho, se rebela e ganha rumo próprio. Tanto que o final do filme é diferente do livro. Quem ousou tamanha heresia? Eu mesmo, o roteirista. E, confesso: o do filme é melhor.” Depois disso tudo, estou ansiosa para ver o filme! Fica mais uma dica de livro/filme.
Mais informações sobre o filme, fotos do set.. visitem: http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/page/16